Uso minha fraqueza para agradecer por tudo. Ela tem sido meu maior tesouro e minha maior bênção.
Nesta vida, o que se espera é que você ponha a mão na massa, suje suas unhas. Espera-se que você falhe, se perca e fique confuso.
O intelecto é seu escravo, não seu senhor. Diante dos grandes mistérios da vida, como as questões do amor, sofrimento, morte, Deus, identidade e significado da existência, você precisa deixar que o intelecto recue elegantemente. Não podemos responder intelectualmente a estas perguntas. Necessitamos de outros métodos, outras ferramentas, outras abordagens.
Nosso intelecto oferece respostas prontas que parecem nos proteger do mal-estar que experimentamos quando buscamos a verdade. Com esse falso conhecimento, nossa mente cria a ilusão do convencimento e da satisfação.
Quando nosso intelecto se vê defronte a um paradoxo, a única abordagem correta é a humildade, pois ela conduz à sabedoria. Sabedoria diz mais respeito a perguntas do que respostas.
Paradoxos incomodam aqueles que estão certos de possuírem as respostas. Para os que estão menos seguros, enfrenta-los é uma oportunidade de desfrutar um novo nível de aprendizado, que levará mais longe do que se agarrar a fatos estabelecidos.
Não sabemos exatamente como lidar com a fraqueza, a qual escondemos e a evitamos nos outros, ao mesmo tempo em que admiramos a força em suas diferentes formas e nos esforçamos ansiosamente para obtê-la.
Por não perceber valor na fraqueza, construímos uma cultura que se esforça para alcançar a força.
A humildade é a força que não nega a fraqueza. Na realidade, a verdadeira força procede da fraqueza, pois envolve admiti-la.
Para cativar e impressionar, criamos representações positivas de nós mesmos. Apresentamos essas versões para convencer a nós mesmos e aos outros de que não temos pontos frágeis. Pagamos um preço elevado por essa farsa. Quando não somos sinceros, não podemos encontrar a verdadeira intimidade, e a sua falta conduz à solidão.
O amor favorece a fraqueza, possibilitando que revelemos nossa impotência. O amor tem um respeito tão profundo por nós que envolve o eu autêntico, permitindo que sejamos quem realmente somos.
Todos sabemos que é difícil amar uma pessoa que seja superficialmente forte e convencida. Entretanto, é fácil amar uma pessoa fraca, pois a fraqueza desperta solidariedade. É por esse motivo que as crianças despertam nosso amor. A fraqueza que vemos aí é natural, e nos reconhecemos nela.
O brilho e os ornamentos da boa vida encobrem a tristeza, a raiva, amargura e a dor. Quase todos abrigamos uma necessidade insatisfeita de intimidade com as outras pessoas. E para muitos de nós, essa ânsia de ser amado se manifesta como uma torturante dor que nos acorda todas as amanhãs e perturba nosso sono à noite.
Na nossa cultura, as coisas materiais se tornaram uma forma de construir identidade. Isso cria um vazio, que tentamos preencher com a abundância material.
A angústia não pode ser aliviada com medidas externas, por mais que tentemos nos embelezar.
Quem sou e qual o meu objetivo na vida? Por que me obrigo a acordar todas as manhãs e ir para um emprego do qual não gosto? Por que estou constantemente preocupado e triste? Por que tenho medo do futuro, da doença, da pobreza, da morte?
Até onde consigo ver, estas perguntas surgem das nossas profundezas, da nossa verdadeira identidade.
A morte nos faz lembrar que devemos viver bem a nossa vida e levar em consideração o que é realmente importante. O que não perdurar em face da morte, no final, não é importante.
Onde podemos encontrar segurança quando a vida desencadeia um caos e uma insegurança tão grande? Na realidade, a questão da segurança é uma questão de amor. O amor nos faz recordar que não estamos e não precisamos nos transportar sozinhos.
As maneiras pelas quais tentamos criar segurança por conta própria são múltiplas e inventivas: a) apego a outras pessoas; b) professar uma religião; c) evitar riscos; d) adiar a vida para um momento futuro; e) tentativa de tornar-nos perfeitos; f) viver a vida dos outros para não vivermos a nossa.
Não podemos nos aproximar de nossa essência mais profunda sem abandonar as estruturadas de segurança que criamos.
Fazemos o que outros fazem e nos curvamos fortemente diante das instituições que recompensam nossa lealdade. Mas o que acontece quando essas instituições começam as nos sufocar?
Quando demolimos o que nos dava segurança, criamos uma insegurança que nos leva a buscar uma fonte de segurança, uma segurança verdadeira e duradoura.
A falta de amor faz com que evitemos nos aproximar de outras pessoas. A maneira que fomos tratados na infância transmite uma mensagem fundamental a respeito de nosso valor. Na idade adulta, temos a tendência de tratar a nós mesmos da mesma maneira.
Quando amados, acreditamos que somos dignos de amor e nos tratamos com o mesmo respeito. Quando as experiências de receber amor são poucas, esperamos ser tratados de maneira não amorosa.
A pessoa agitada não consegue simplesmente viver, porque a verdadeira existência só pode surgir da profunda convicção de que se é amado.
Quando a identidade da pessoa não está radicada no amor, ela precisa construir uma aparência bastante convincente para impressionar a si mesma e aos outros.
No momento em que nosso verdadeiro eu começa a nascer dentro de nós, não precisamos de uma aparência vistosa para convencer os outros, ou a nós mesmos, que existimos.
Quando somos dirigidos a partir dentro, a partir de profundos valores espirituais, passamos a aceitar a insegurança inerente à vida. Temos coragem de estar presentes, como uma personalidade autêntica, em tudo que fazemos. Desse modo, criamos algo novo e sentimos alegria em tudo que fazemos.
Autor: Hellsten, Tommy. Coragem para se entregar: aceite suas fraquezas e transforme sua vida. RJ, Best Seller, 2010.
Resenhado por:
DEUSMAR JOSÉ RODRIGUES
Contador e Advogado
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